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ARTIGO DE ECONOMIA
02/06/2022 11:11:01
1,6 mil acessos
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, afirmou na última semana que o segundo trimestre da economia daquele país pode apresentar um número negativo. Este era um cenário impensável para o gigante asiático alguns anos atrás.
Sabemos que vários motivos influenciaram esta potencial queda. A política de Covid Zero, com o fechamento de Xangai, foi a gota d’água numa conjuntura de tempestade perfeita.
Decisões atrapalhadas do líder Xi Jinping, o afastamento dos Estados Unidos – para não reforçar o crescimento chinês – e escolhas equivocadas em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia.
Todos estes fatores contribuíram, mas o importante é entender que a China está em outro patamar de crescimento.
De qualquer forma, o motivo mais importante desta queda é o setor imobiliário, que deprime demais o valor da terra, principal agente de receitas para governos locais e que representa mais de 75% dos ativos das pessoas físicas chinesas.
E, como se não bastasse, a sensação de empobrecimento reflete diretamente o consumo das famílias.
A necessidade de brecar uma economia superaquecida é cada vez mais óbvia também nos Estados Unidos, onde a inflação de 8,3% ao ano é disseminada em todos os setores e o mercado de trabalho continua expansivo, com mais de 6 milhões de vagas criadas em 12 meses e desemprego abaixo de 4%. Entretanto, o Federal Reserve (FED) insiste em não bancar esta pausa.
O longo período inflacionário, que já começa a bater na expectativa dos agentes, mostra suas garras nas pesquisas de confiança do consumidor.
Além disso, as taxas de juros imobiliários subiram para mais de 5% ao ano – valor muito alto para a economia norte-americana –, antecipando-se ao movimento do FED.
A Europa, por sua vez, enfrenta uma situação muito peculiar. A invasão da Ucrânia piorou circunstâncias que já não eram muito tranquilas.
Sem força para grandes índices de crescimento e inflação batendo à porta (resultado do excesso de políticas expansionistas), os problemas advindos da pandemia, na oferta, e da invasão, nas commodities e, principalmente, na energia, se fazem sentir no dia a dia.
O efeito conjunto destes fenômenos está agravando o processo inflacionário e desafiando o Velho Mundo a conviver com um perigo real de estagflação – no qual o continente sofre com inflação alta e baixo crescimento.
Assim, temos, no horizonte, uma perspectiva bastante pessimista da conjuntura internacional para o fim deste ano e início do próximo.
Dificuldades na venda de commodities, enfrentadas por uma China com desenvolvimento mais modesto; impasses com a desvalorização do real ante a taxas de juros estadunidenses mais altas; e diminuição do investimento direto europeu, num panorama mais restrito, são consequências que o Brasil pode esperar desta nova realidade.
A economia mundial, que foi tão benevolente com o País nos últimos dez anos, mudará o perfil a partir de agora. Isso exigirá, dos fazedores de política nacionais, mais capacidade e flexibilidade para lidar com os novos desafios.
O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, afirmou na última semana que o segundo trimestre da economia daquele país pode apresentar um número negativo. Este era um cenário impensável para o gigante asiático alguns anos atrás.
Sabemos que vários motivos influenciaram esta potencial queda. A política de Covid Zero, com o fechamento de Xangai, foi a gota d’água numa conjuntura de tempestade perfeita.
Decisões atrapalhadas do líder Xi Jinping, o afastamento dos Estados Unidos – para não reforçar o crescimento chinês – e escolhas equivocadas em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia.
Todos estes fatores contribuíram, mas o importante é entender que a China está em outro patamar de crescimento.
De qualquer forma, o motivo mais importante desta queda é o setor imobiliário, que deprime demais o valor da terra, principal agente de receitas para governos locais e que representa mais de 75% dos ativos das pessoas físicas chinesas.
E, como se não bastasse, a sensação de empobrecimento reflete diretamente o consumo das famílias.
A necessidade de brecar uma economia superaquecida é cada vez mais óbvia também nos Estados Unidos, onde a inflação de 8,3% ao ano é disseminada em todos os setores e o mercado de trabalho continua expansivo, com mais de 6 milhões de vagas criadas em 12 meses e desemprego abaixo de 4%. Entretanto, o Federal Reserve (FED) insiste em não bancar esta pausa.
O longo período inflacionário, que já começa a bater na expectativa dos agentes, mostra suas garras nas pesquisas de confiança do consumidor.
Além disso, as taxas de juros imobiliários subiram para mais de 5% ao ano – valor muito alto para a economia norte-americana –, antecipando-se ao movimento do FED.
A Europa, por sua vez, enfrenta uma situação muito peculiar. A invasão da Ucrânia piorou circunstâncias que já não eram muito tranquilas.
Sem força para grandes índices de crescimento e inflação batendo à porta (resultado do excesso de políticas expansionistas), os problemas advindos da pandemia, na oferta, e da invasão, nas commodities e, principalmente, na energia, se fazem sentir no dia a dia.
O efeito conjunto destes fenômenos está agravando o processo inflacionário e desafiando o Velho Mundo a conviver com um perigo real de estagflação – no qual o continente sofre com inflação alta e baixo crescimento.
Assim, temos, no horizonte, uma perspectiva bastante pessimista da conjuntura internacional para o fim deste ano e início do próximo.
Dificuldades na venda de commodities, enfrentadas por uma China com desenvolvimento mais modesto; impasses com a desvalorização do real ante a taxas de juros estadunidenses mais altas; e diminuição do investimento direto europeu, num panorama mais restrito, são consequências que o Brasil pode esperar desta nova realidade.
A economia mundial, que foi tão benevolente com o País nos últimos dez anos, mudará o perfil a partir de agora. Isso exigirá, dos fazedores de política nacionais, mais capacidade e flexibilidade para lidar com os novos desafios.
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Publicado por
Economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e membro do Conselho de Economia Empresarial e Política da mesma instituição. PhD em Economia, Relações Governamentais e Ambiente de negócios, também é professor do MBA da FIA-USP
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